quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Adeus que a gente não quer dar: Justine Henin


Hoje, vinte e seis de janeiro de dois mil e onze, através de uma carta publicada em seu perfil do facebook, a tenista belga Justine Henin se despediu oficialmente do tênis. Uma lesão grave no cotovelo a impede de jogar em alto nível e, consequentemente, competir profissionalmente. É uma pena, mas temos que dar adeus a uma das maiores jogadoras de tênis de todos os tempos e, na minha opinião, a melhor dos últimos quinze anos, pelo menos.

Henin era dona de um estilo próprio, arrojado e agressivo. Seu backhand com apenas uma das mãos, coisa raríssima de se ver no tênis feminino – e nos dias de hoje até mesmo no masculino –, era avassalador: potente e preciso, causava estragos nas defesas adversárias. A belga que venceu sete vezes torneios de Grand Slam (um Australian Open, quatro Roland Garros e dois US Open), uma olimpíada (Atenas, 2004) e quarenta e três torneios WTA, era dona de um jogo rápido e versátil, com muitos golpes e variações. Não foi à toa que ficou sessenta e uma semanas consecutivas no topo do ranking e cento e dezessete no total (12ª e 7ª da história, respectivamente).
Lembro-me da primeira vez que a belga anunciou sua aposentadoria, em dois mil e oito, na primeira posição do ranking, no auge da forma, com milhares de pontos à frente da segunda colocada. Não entendi nada, mas não se pode lutar contra a falta de motivação de um atleta. Só me recordo de ter ficado chocado e triste, pois vê-la jogar me fazia bem, mas ainda pensava que poderia haver uma “desistência de desistir” de sua parte, o que acabou acontecendo dois anos depois. Agora é diferente, é o corpo quem manda, e quando ele quer, o atleta tem que obedecer, não tem jeito.

A aposentadoria de Justine deixa um vazio no tênis atual, onde a maioria das atletas joga na base da força, soltando golpes potentes do fundo da quadra, com pouquíssimas variações e/ou alternativas. Sua compatriota Kim Clijsters é uma rara exceção, mas de maneira geral, não vemos mais jogadoras versáteis no circuito. E a melhor delas abandona o esporte agora, vítima do corpo, que não resistiu ao ritmo frenético que a competição em alto nível exige.

A belga deixará saudade e um vazio no coração daqueles que amam este esporte. Boa sorte nesta nova fase, Henin.

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