segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Segura o homem!

E mais uma vez aconteceu: Andy Murray não jogou o que sabe em uma final de Grand Slam e o adversário saiu com o título. A diferença desta vez foi que o vencedor jogou de uma maneira tão brilhante que seria difícil para o britânico esboçar qualquer reação. Novak Djokovic, agora bicampeão na Austrália, atropelou sem dó um perdido Andy Murray em Melbourne. O número cinco do mundo vinha de um torneio sensacional, se dizia cheio de confiança e em boas condições mental e física. Mas não foi isso que vimos em quadra, principalmente no segundo set, onde por pouco não levou um pneu do sérvio. Murray teve aqueles jogos tradicionais das finais, onde fica devolvendo bolas com muito menos risco do que de costume, aguardando um erro do adversário. Em boa parte do primeiro set isso deu certo, mas aí Djokovic acordou e a coisa degringolou para o número um da Grã-Bretanha. Os dois sets finais foram um atropelo de rolo compressor do sérvio, sem qualquer chance de reação para qualquer tenista que estivesse do outro lado. Qualquer um.

Novak Djokovic, o Nole, mereceu o título. Como eu disse aqui na véspera da primeira semifinal masculina, ele e Federer jogavam o melhor tênis do torneio, mas o sérvio repetia atuações sensacionais jogo a jogo, ao passo que o suíço tinha seus constantes apagões. Por isso, pelo menos nesta edição do Australian Open, venceu o melhor. E tenho certeza de que disso ninguém duvida. Queremos ver agora uma briga mais acirrada no topo. Nadal tem muitos pontos a defender nesta próxima parte da temporada, enquanto Federer e Djokovic não. Se ambos jogarem o melhor de seu tênis, teremos um ano espetacular para o esporte! Aguardemos ansiosamente o que vem por aí.
Quanto a Murray, honestamente acreditei que desta vez sua cabeça fosse deixá-lo em paz e o pobre rapaz fosse levar o título. Tênis para isso ele tem, mas parece que sempre o deixa no vestiário nos dias de final de Grand Slam. Quem sabe não seja a hora de mudar de treinador? Alguém com mais agressividade, que o faça ir para cima dos adversários sem medo, que o faça acreditar que é possível, seria mais indicado para ele agora, antes que seja tarde demais.

De qualquer forma, a temporada se iniciou de maneira sublime. Vamos ver se não teremos mais do mesmo ao longo do ano e poderemos ver mais momentos com Djokovic e Murray em finais, vencendo e colocando fogo na parte de cima do ranking.

E quanto ao sérvio... Bom, se continuar com essa bola que jogou na terra dos cangurus, vai ficar difícil, viu? Segura o homem!

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