terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Só falo daquilo que vi... (1ª Rodada Australian Open – parte 2)


E lá se foi mais uma noite de Australian Open. E mais uma vez não pude ver tudo aquilo que poderia e/ou gostaria porque preciso acordar muito cedo pra trabalhar. Sendo assim, só foi possível assistir a dois jogos: as estréias de Zvonareva e Nadal.

A russa número dois do mundo não teve qualquer dificuldade para passar pela austríaca Sybille Bammer, menos pelo seu bom jogo do que pela pífia performance da adversária. Zvonareva ficou o tempo todo no fundo da quadra se defendendo e esperando o erro que chegaria em breve. E sempre chegava. A vice líder do ranking só precisou ir levando a partida dessa forma morosa e esperar o jogo acabar para vencer com extrema facilidade. A impotência de sua adversária era tamanha que, dos trinta e dois pontos que fez ao todo no jogo, mais da metade (17) vieram de erros não forçados da russa e apenas cinco vieram de winners. Não precisa dizer mais muita coisa. Digno de nota mesmo só o fato de que Zvonareva soube conduzir o jogo dentro do que foi preciso para vencer. Vamos ver se em um embate mais equilibrado, com uma adversária de maior qualidade ela vai agredir mais ou se vai ficar só se defendendo e esperando o erro. Não creio que vá. Não foi assim que chegou à vice liderança do ranking. Outra coisa que vai precisar fazer para ter vida longa no torneio é calibrar mais a mão, pois em um jogo tão fácil como o de ontem ela não poderia ter se dado ao luxo de cometer tantos erros (além dos dezessete não forçados, foram cinco duplas faltas).


A última coisa que vi antes de dormir foi Rafael Nadal se aquecendo na quadra principal. Quando ele soube que seu adversário não iria jogar, ele dispensou seu ajudante de aquecimento e foi pra casa com mais uma vitória no currículo. Brincadeiras à parte, Daniel não entrou em quadra. E, honestamente, sem querer julgar, acusar ou condenar, fiquei com a pulga atrás da orelha com essa dor no joelho. Em momento algum desde o sorteio da chave se falou em problemas físicos do brasileiro. Após o jogo, o gaúcho disse que sentiu a lesão há dois dias durante um treinamento e por isso não conseguia se movimentar bem em quadra. Seja como for, o primeiro set foi horroroso e Daniel dava mais aro e isolava mais a bola do que eu nos meus sábados. Sua concentração parecia ter ficado no Brasil, de tão desligado que aparentava estar do jogo. Não sei mesmo o que se passou na cabeça dele, mas não parecia ser só o joelho. O problema, pelo menos no primeiro set, não pareceu ser físico, mas técnico. Mas independente de qualquer coisa, não temos o direito de duvidar da palavra de um atleta profissional e que já provou ser bastante correto. Mas que deu pra estranhar, deu...

Gostaria apenas de ressaltar o baixo rendimento de Nadal no jogo. Em uma partida tão curta e tão fácil o número um do mundo não poderia ter cometido dez erros não forçados e três duplas faltas. A não ser que já tivesse sentido que estava treinando e aproveitou para calibrar a mão, ousando e, consequentemente, errando mais. Se não foi por esse motivo, é bom o espanhol abrir o olho.


E a Kim Clijsters, heim? Mostrou para Safina o que é ser número um de verdade. E só cometeu quatro erros não forçados durante todo o jogo. Quatro. Além de nenhuma dupla falta e dezessete winners. Ao todo foram cinqüenta e um pontos contra dezesseis da russa. Essa vai demorar pra descer, vai ter que ajudar com vodka. Segura a belga!

Pra encerrar: não vi o jogo do Bellucci, mas às vezes tenho a impressão de que ele é o tenista do circuito que mais ama o que faz. Sempre que possível, estende o jogo até onde não dá mais e só então decide jogar e ganhar. Gosta muito de ficar na quadra esse rapaz...

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