Quando começou, o segundo set parecia que seria mais disputado e equilibrado. A britânica estava mais sólida e agressiva, enquanto Henin não apresentava a mesma intensidade da parcial anterior. Não sei se foram questões físicas – a belga começou a sentir bastante uma dor no cotovelo – ou técnicas, mas fato é que as coisas se complicaram um pouco mais para ela, que precisou fazer mais esforço para vencer os games de saque. Até que no oitavo game a quebra finalmente veio e só foi preciso confirmar o serviço no game seguinte para avançar para a terceira rodada. Agora é esperar a partida contra Kuznetsova. Essa vai ser crucial para sentir como de fato está preparada Henin física, mental e tecnicamente neste Australian Open. Depois da belga foi a vez de Andy Roddick figurar na minha TV. O americano sofreu para ganhar o primeiro set. Creio que nem ele esperava um jogo tão sólido, variado e firme de Igor Kunitsyn. O russo colocou o americano para correr, usando à exaustão as subidas à rede e uma bola acelerada na paralela de forehand que até o fim do primeiro set funcionou muitíssimo bem. A vitória só veio para o número oito do mundo no tie break, mais por erros do adversário do que por méritos seus. A experiência fez toda a diferença nesse momento. A partir daí aquela impressão de grande desafio para o americano foi por água abaixo. Ele sobrou até o fim da partida. Com fáceis 6/2 e 6/3, o russo foi despachado de volta para Vladivostok. Seu excessivo número de erros não forçados – trinta e três – e os dezessete aces de Roddick o aniquilaram rapidamente.
Depois de Roddick eu fui dormir, mas pelo que li e pelos números finais dos jogos vou me arriscar a falar um pouquinho de Sharapova e Wozniacki. A dinamarquesa número um do mundo não tomou conhecimento da adversária americana e a atropelou sem direito a socorro, com parciais de 6/1 6/0. E, detalhe: cometeu apenas oito erros não forçados. Não sei se ela aproveitou a partida fácil para arriscar mais e mesmo assim errou pouco ou se ficou lá do fundo colocando a adversária para correr, mas fato é que a líder do ranking não tomou conhecimento e desfilou – desta vez não pela beleza – em quadra. Foram vinte e três winners e mais do que o dobro de pontos marcados em relação à Vania King (cinqüenta e cinco a vinte e cinco), a vítima que volta para os Estados Unidos com muita coisa pra pensar.
No jogo das quebras de saque, Sharapova acabou confirmando o favoritismo em sets diretos, parciais de 7/6 e 6/3. O jogo, porém, foi difícil. Ela mesma disse isso ao final da partida, mas acho que já se esperava que fosse assim. A impressão que tenho é que a própria russa não vê muitas chances de ir muito longe nos torneios desse porte, pois seu jogo está tendo que ser readaptado à sua nova realidade física, com menos agilidade e flexibilidade no movimento do braço, seqüela de sua cirurgia no ombro. Ela já havia falado sobre a dificuldade de sacar como gostaria – o que explica o alto número de duplas faltas que ela vem cometendo – e agora fala de uma nova fase de seu jogo. Vejo com bons olhos o futuro da ex número um. Acho que, se encontrar uma maneira de se adaptar ao ombro, pode voltar ao topo. Na WTA atual, ela tem muito jogo pra isso.
E o Federer, heim? Depois de um início demolidor, teve um apagão de dois sets para poder, finalmente, vencer Gilles Simon em cinco sets. E o suíço avança no torneio...
Só uma correçãozinha... a Wozniacki é dinamarquesa.
ResponderExcluirOps... Bobeira minha. Corrigido. Obrigado
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