quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Só falo daquilo que vi... (2ª Rodada Australian Open)

Mais uma rodada do Australian Open começando e mais alguns jogos interessantes e reveladores acontecendo. Pena que não dá para ver todos. Vamos aos que vi.

Já disse aqui outras vezes que sinto falta da Henin em plena forma no circuito. Pelo que tenho visto ainda falta um pouco para isso acontecer, mas vê-la jogando bem já é um alento. E ontem não foi diferente. Em um primeiro set arrasador, onde agrediu o tempo todo do fundo da quadra, a belga não deu chances para Elena Baltacha, que não sabia como parar a adversária. A ex número um do mundo fez de tudo: devoluções incríveis, ótimas subidas à rede e muita, mas muita pancadaria da linha de base.

Quando começou, o segundo set parecia que seria mais disputado e equilibrado. A britânica estava mais sólida e agressiva, enquanto Henin não apresentava a mesma intensidade da parcial anterior. Não sei se foram questões físicas – a belga começou a sentir bastante uma dor no cotovelo – ou técnicas, mas fato é que as coisas se complicaram um pouco mais para ela, que precisou fazer mais esforço para vencer os games de saque. Até que no oitavo game a quebra finalmente veio e só foi preciso confirmar o serviço no game seguinte para avançar para a terceira rodada. Agora é esperar a partida contra Kuznetsova. Essa vai ser crucial para sentir como de fato está preparada Henin física, mental e tecnicamente neste Australian Open.

Depois da belga foi a vez de Andy Roddick figurar na minha TV. O americano sofreu para ganhar o primeiro set. Creio que nem ele esperava um jogo tão sólido, variado e firme de Igor Kunitsyn. O russo colocou o americano para correr, usando à exaustão as subidas à rede e uma bola acelerada na paralela de forehand que até o fim do primeiro set funcionou muitíssimo bem. A vitória só veio para o número oito do mundo no tie break, mais por erros do adversário do que por méritos seus. A experiência fez toda a diferença nesse momento. A partir daí aquela impressão de grande desafio para o americano foi por água abaixo. Ele sobrou até o fim da partida. Com fáceis 6/2 e 6/3, o russo foi despachado de volta para Vladivostok. Seu excessivo número de erros não forçados – trinta e três – e os dezessete aces de Roddick o aniquilaram rapidamente.

Depois de Roddick eu fui dormir, mas pelo que li e pelos números finais dos jogos vou me arriscar a falar um pouquinho de Sharapova e Wozniacki.

A dinamarquesa número um do mundo não tomou conhecimento da adversária americana e a atropelou sem direito a socorro, com parciais de 6/1 6/0. E, detalhe: cometeu apenas oito erros não forçados. Não sei se ela aproveitou a partida fácil para arriscar mais e mesmo assim errou pouco ou se ficou lá do fundo colocando a adversária para correr, mas fato é que a líder do ranking não tomou conhecimento e desfilou – desta vez não pela beleza – em quadra. Foram vinte e três winners e mais do que o dobro de pontos marcados em relação à Vania King (cinqüenta e cinco a vinte e cinco), a vítima que volta para os Estados Unidos com muita coisa pra pensar.

No jogo das quebras de saque, Sharapova acabou confirmando o favoritismo em sets diretos, parciais de 7/6 e 6/3. O jogo, porém, foi difícil. Ela mesma disse isso ao final da partida, mas acho que já se esperava que fosse assim. A impressão que tenho é que a própria russa não vê muitas chances de ir muito longe nos torneios desse porte, pois seu jogo está tendo que ser readaptado à sua nova realidade física, com menos agilidade e flexibilidade no movimento do braço, seqüela de sua cirurgia no ombro. Ela já havia falado sobre a dificuldade de sacar como gostaria – o que explica o alto número de duplas faltas que ela vem cometendo – e agora fala de uma nova fase de seu jogo. Vejo com bons olhos o futuro da ex número um. Acho que, se encontrar uma maneira de se adaptar ao ombro, pode voltar ao topo. Na WTA atual, ela tem muito jogo pra isso.

E o Federer, heim? Depois de um início demolidor, teve um apagão de dois sets para poder, finalmente, vencer Gilles Simon em cinco sets. E o suíço avança no torneio...

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